domingo, 25 de março de 2012

A Lua da Cevada - Março

Em Março, que em gaélico se diz Márta, celebramos a Lua da Cevada. Essa é a Lua dos grãos da segunda colheita, do conhecimento, do equilíbrio e da paz. Ocasião em que as folhas começam a cair e o Sol a minguar rapidamente. Mais uma vez, os dias e as noites se tornam iguais e os mistérios da vida e da morte se apresentam.

Pronúncia em gaélico: Márta - Março

Época de expressar gratidão às colheitas do ano, no ápice do outono, à Grande Mãe e aos companheiros de jornada que, com lealdade, amor e carinho, trilham o caminho dos Antigos ao nosso lado... Abençoados sejam todos!

"Ao compreender sua colheita, a alma sob o ciclo sazonal, sente uma sensação de calma e alegria com a chegada deste tempo. O tempo é um dos maiores mistérios da vida. Tudo o que nos acontece está dentro e através do tempo. É o poder realizado por cada experiência que abre as portas do coração. Aconteça o que acontecer, é você quem controla e determina o tempo." Trecho do livro Anam Cara de John O'Donohue.

Nesse mistério, estamos todos interligados no mesmo propósito, a energia que flui é plena, em todos sentidos, pois representam à luz e a sombra contidas no equilíbrio de nossas essências. Essa essência representa tudo àquilo que acreditamos e que divulgamos, com responsabilidade e dedicação, por entre as páginas deste site.

Ao nos deparamos com as festividades do Equinócio do Outono, nos sentimos em plena harmonia. As folhas que caem das árvores tornam-se o próprio adubo do solo, que posteriormente, irão fornecer o sustento necessário à sua continuidade. Nesse período, as folhas de carvalho são representações máximas de todo o equilíbrio da natureza.

E a continuidade da vida também depende da nossa conscientização em relação ao planeta, a nossa Grande Mãe Terra. Preservar o meio ambiente, incentivar a reciclagem e a reutilização do lixo, são meios simples que podemos praticar diariamente e, assim, contribuir para o melhor aproveitamento dos recursos naturais, com atitudes que beneficiarão todos nós.

Essas práticas devem ser encaradas como atos divinos de um mesmo objetivo, tanto a nível religioso como na forma expressa de preservar aquilo que consideramos sagrado.

Ao caminharmos por entre as árvores de carvalho podemos sentir toda a sua força ancestral. O carvalho é uma árvore primordial que sempre foi associada aos druidas por sua sacralidade. As suas grandes ramificações parecem tocar o céu, a sua longevidade e à penetração de suas raízes profundas no subsolo, criaram um elo entre o céu, a terra e o submundo ou ao nosso mundo.

Então, é natural o fascínio que sentimos por essa árvore, pois ela nos liga aos Deuses.

À esquerda folhas de carvalho americano (Quercus Rubra) e a direita folhas de plátano (Platanus) e sua cor característica de outono, mais facilmente encontrada.
Experimente meditar embaixo de uma árvore de carvalho ou colha suas folhas secas, sempre pedindo sua permissão e construa um espaço sagrado, como se fosse um antigo Nemeton, termo gaulês usado para descrever um santuário ou local sagrado, em uma clareira, mata, bosque ou floresta e, às vezes, delimitado por pedras erguidas.
Faça seu próprio círculo de pedras e folhas, entre em sintonia com essa força maravilhosa e siga a sua intuição. Ao final dessa prática, agradeça a árvore ancestral, os Deuses e os espíritos da natureza por esse momento de insight e renovação das energias. Que assim seja!
Bênçãos plenas do céu, da terra e do mar!
Rowena Arnehoy Seneween ®
Pesquisadora da Cultura Celta e do Druidismo.

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