domingo, 12 de maio de 2013

Código de Honra da Mulher Celta


Mulher Celta: senhora de seu próprio corpo

A beleza das mulheres celtas foi decantada pelos autores clássicos. Seu ar imponente, suas vestes e adereços deveriam fazer delas uma visão sem dúvida formidável aos olhos de gregos e romanos. Orgulhosas, elas usavam jóias em ouro, contas e pedras preciosas, e a igualdade de direitos lhes dava ainda mais força. A sexualidade não era algo de que os celtas se envergonhassem, pelo contrário: nas palavras de Diodorus Siculus, "elas geralmente cedem sua virgindade a outros e isto não é visto como uma desgraça: pelo contrário, elas se sentem ofendidas quando seus favores são recusados". Jean Markale em seu livro La Femme Celte. Mythe et Sociologienos explica que a sexualidade – principalmente a feminina -, era tratada com naturalidade, pois ela é inerente a natureza humana e não podia ser reprimida o que infelizmente, a partir do século V com a chegada do bispo Patrício e do cristianismo passou a receber a conotação pecaminosa, conceito imposto pelo cristianismo. Numa sociedade onde a mulher é senhora de seu próprio corpo – ela percebe em si os ciclos da natureza, ela dá à luz homens e mulheres e, sabe que o seu corpo é a fonte de seu prazer como a de seu companheiro. Há um grau de liberdade muito grande entre os celtas, já que a mulher pode dispor de seus bens, pode divorciar-se e pode ou não aceitar as concubinas do marido, podendo ela também – dependendo de sua riqueza e posição social manter amantes.
 
Na sociedade Celta, são atribuídas à mulher três funções: ela é a Transformadora, a Iniciadora e a Finalizadora. É pela liberdade de poder vivenciar a sua sexualidade que ela pode: Transformar: a vida, dando à luz e dando prazer a si e ao seu companheiro; Iniciar: nas artes divinatórias, nas práticas sexuais e por fim ser a Finalizadora: a que faz chegar ao prazer e a que conduz ao outro mundo. A consciência do próprio corpo – o conhecimento profundo de cada parte, de cada ciclo, de cada ponto onde se pode obter prazer – era comum entre as mulheres celtas que quando sentiam desejo por um homem, lhe ofereciam prazerosamente, a "amizade de suas coxas". Mas toda essa liberdade para amarem e viverem em plenitude a sua sexualidade advém de uma consciência e uma responsabilidade para consigo e para com os outros membros de sua comunidade, o que contrasta com a repressão vivida pelas mulheres ocidentais hoje. A circularidade e visibilidade da mulher na sociedade celta eram naturais o que provavelmente chocou os cristãos que trataram de impor os seus conceitos: virgindade indispensável e repressão dos desejos e instintos sexuais femininos. Toda essa vivência é definida por Markale que resume e define a mulher celta e a sua sexualidade desta forma: "Se a mulher ocidental moderna não é livre, Isolda, Grainné e Deirdré eram mulheres livres. A mulher celta era livre porque agia com plena consciência de suas responsabilidades. E sendo livres eram capazes de amar, pois o amor era um sentimento que escapava a todas as contrariedades e a todas as leis surgidas da razão, sendo livres podiam amar." E quando uma nobre romana, não acostumada com a liberdade e a força do caráter das mulheres celtas questionou a integridade moral de uma delas, ouviu a acachapante resposta: "nós mulheres celtas atendemos as exigências da natureza com muito mais dignidade do que vocês, romanas: pois enquanto nós copulamos abertamente com nossos melhores homens, vocês secretamente se sujeitam aos mais vis."
(Fonte: O Mundo da Harpa Sagrada)

O Brilho dos seus Olhos...

Foto: As Mulheres celtas evocam todos os tipos de imagem: desde as guerreiras mais temíveis, até as de moças românticas e belas druidesas. As mulheres da mitologia celta reflete a posição social das mulheres na sociedade celta, com todos os seus problemas, gostos e triunfos. Elas se mostram fortes, sérias, ambiciosas - não havia belezas vazias.

Moyra Caldicott diz em seu livro “Women in Celtic Myth” que as mulheres celtas eram honradas tanto pelas suas mentes quanto por seus físicos. As mulheres vazias não teriam chance na antiga sociedade celta.
“Jamais permita que a dor, a tristeza, a solidão, o ódio, o ressentimento, o ciúme, o remorso e tudo aquilo que possa tirar o brilho dos seus olhos a dominem, fazendo arrefecer a força que existe dentro de você! E, sobretudo, jamais permita que você mesma perca a dignidade de ser mulher!” 
(Filosofia Celta)